quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Lula pede a prefeitos que acelerem obras para aumentarem as chances deles de reeleição


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva conclamou ontem os governantes municipais a acelerarem os investimentos em infraestrutura e nos programas sociais em resposta à crise. Em discurso na abertura do Encontro Nacional com Novos Prefeitos e Prefeitas, Lula disse que a estratégia, se implantada, renderá pelo menos dois dividendos. Um deles é impedir a desaceleração acentuada da atividade econômica e a piora dos indicadores sociais. O outro é aumentar as chances de os atuais governantes colherem vitórias nas próximas eleições.Para sustentar a tese, o presidente afirmou que 40% dos prefeitos foram reeleitos em 2008. Declarou ainda que metade dos 60% restantes teria vencido a disputa graças ao apoio do antecessor. “Nunca antes na história deste país, foram reeleitos tantos prefeitos. Por quê? O que aconteceu é que os prefeitos nunca tiveram a quantidade de políticas sociais e de obras públicas como nos últimos anos”, disse Lula. O Palácio do Planalto trabalhou desde o ano passado na organização do encontro. A prioridade sempre foi impedir que a mudança no comando dos municípios provocasse a interrupção de obras e programas sociais. Não foi à toa.O presidente sabe que a interrupção, além de prejudicar a população, pode minar o alto nível de aprovação popular do governo e dele próprio, considerado um trunfo para fazer da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, presidente do país em 2010. “A descontinuidade das políticas públicas prejudica não apenas o governo que entra, mas sobretudo a população local”, disse o ministro de Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, ao abrir oficialmente o encontro. Dilma se sentou na mesma fileira de Lula ontem. Não discursou na solenidade inaugural. Hoje, no entanto, terá papel de protagonista ao discorrer sobre o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).“Nós cortaremos o batom da dona Dilma e o meu corte de unha, mas não cortaremos uma obra do PAC”, prometeu o presidente. “Neste ano, as obras terão de andar mais depressa devido à crise. Elas serão intensificadas porque precisamos gerar empregos nas cidades”, reforçou o presidente.

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